
Novo protocolo revoluciona a avaliação de cafés especiais no Brasil
Por: Mirian Ferreira
A cafeicultura brasileira vive um momento de transformação com a adoção do Coffee Value Assessment (CVA) como o novo protocolo oficial para avaliação de cafés especiais no país. Implementado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Specialty Coffee Association (SCA), o sistema foi introduzido no início de 2025 e promete redefinir os padrões de qualidade, ampliando os critérios de análise para além do sabor.
O CVA substitui o tradicional sistema de 100 pontos, utilizado desde 2004, e apresenta uma abordagem mais ampla e detalhada. Além de avaliar atributos técnicos como acidez e corpo, o novo protocolo considera fatores como sustentabilidade, certificações, origem e a história do produtor. Essa mudança busca oferecer uma visão mais completa do valor do café, conectando produtores e compradores de forma mais eficiente.

O que o CVA traz de novo?
O novo sistema introduz cinco categorias principais de avaliação:
- Física: foca na identificação de defeitos na amostra.
- Extrínseca: analisa aspectos como práticas sustentáveis, certificações e origem do café.
- Descritiva: apresenta um perfil sensorial detalhado.
- Afetiva: avalia a percepção de qualidade do café.
- Combinada: integra os resultados das outras categorias para uma análise mais completa.
Essa estrutura permite uma avaliação mais técnica e menos subjetiva, além de facilitar a comunicação entre produtores e mercados consumidores. O protocolo também adota uma linguagem universal, tornando as notas sensoriais mais compreensíveis e acessíveis para todos os envolvidos na cadeia produtiva.
Impacto nos cafés Conilon e Arábica
Uma das principais inovações do CVA é a equiparação entre os cafés conilon e arábica. Anteriormente, os dois tipos de café eram avaliados de forma distinta, com o arábica recebendo vantagens iniciais na pontuação. Agora, ambos são analisados com os mesmos critérios, o que nivela as condições e valoriza atributos como a doçura de maneira mais justa.
Além disso, o novo protocolo traz mudanças significativas para os concursos de cafés especiais. A avaliação combinada, que integra os aspectos descritivo e afetivo, promete tornar as competições mais equilibradas e precisas. Essa abordagem elimina discrepâncias que antes existiam entre cafés que ficavam próximos à nota mínima para serem considerados especiais.
Valorização dos produtores
Para os produtores, o CVA representa uma oportunidade de agregar mais valor ao café, destacando a identidade e a história por trás de cada propriedade. O novo protocolo reconhece o esforço dos cafeicultores e oferece uma plataforma para que suas práticas sustentáveis e certificações ganhem mais visibilidade.
Além disso, a implementação do CVA reduz a subjetividade nas avaliações, tornando o processo mais técnico e confiável. Essa mudança também facilita o diálogo com os mercados internacionais, uma vez que o protocolo adota padrões globais de análise.
Conclusão
A adoção do Coffee Value Assessment marca um novo capítulo na avaliação de cafés especiais no Brasil. Com uma abordagem mais inclusiva e detalhada, o protocolo não apenas eleva os padrões de qualidade, mas também fortalece a conexão entre produtores e consumidores. Ao valorizar a história e o trabalho por trás de cada grão, o CVA contribui para uma cafeicultura mais justa e sustentável.
Para quem acompanha o setor, o novo protocolo é um convite para explorar as nuances e a riqueza dos cafés brasileiros. Continue acompanhando as novidades e descubra como o CVA está transformando o mercado de cafés especiais.
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Mirian Ferreira Sou uma jornalista com mais de 30 anos de carreira e apaixonada por café e aqui neste blog uso meu conhecimento técnico e meu gosto pela escrita para falar com outros coffee lovers, mostrando tudo o que acho interessante no universo do café.
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